Dayane sempre teve vontade de ir para Irlanda. Aqui ela conta um pouco sobre sua aventura!
Aos 22 anos de idade, antes de me formar na faculdade decidi que era hora de arriscar, não era hora de deixar o medo me prender, comecei a trabalhar todos os dias com um só objetivo “Ir para Irlanda”.
Quando eu estava cansada eu pensava “Ir para Irlanda”, quando eu estava doente eu pensava “Ir para Irlanda“, quando eu estava triste eu pensava “Ir para Irlanda”… E o que você escuta da maioria das pessoas ao seu redor quando você decide fazer algo que a maioria não faz?
“Não vai dar certo”,“Você vai gastar dinheiro à toa”.
“Você nem vai conseguir dinheiro o suficiente para ir.”
Quando a pessoa “conhece” o país: “Você vai para a Irlanda? Lá só tem brasileiro, não vai consegui arrumar nem lugar para morar”.Não espere que as pessoas apoiem seus sonhos quando elas já não sonham mais.Se você deseja algo, apenas corra atrás e faça.
Após um ano trabalhando pensando em “Ir para Irlanda” e com a ajuda das pessoas que realmente me amam eu consegui!
Passagens compradas, chegou o dia do embarque: dia 16 de fevereiro eu tive que me despedir, mesmo que temporariamente, dos amores da minha vida, tive que entrar sozinha em um avião que iria cruzar o oceano. Estava viajando para fora do país pela primeira vez e eu estava sozinha…ah doeu! Deu vontade de desistir! O que estava se passando na minha cabeça quando eu achei que era uma boa idéia ficar longe das pessoas que eu amo e ir pra um lugar onde eu não conheço absolutamente ninguém?
Eu sei, não é fácil, mas eu posso te garantir, vale muito a pena!
Foi um vôo de quase 13 horas e eu não dormi nada, eu não conseguia assistir um filme até o fim, não consegui comer direito, só pedia pra a comissária “water please” e enfiava duas cápsulas de homeprazol garganta a baixo para TENTAR controlar a gastrite nervosa, não tive muito sucesso mas ok.
Após 9 horas de conexão em Amsterdã sem fazer absolutamente nada e dentro do aeroporto por que a doida da gastrite nervosa tinha medo de perder o vôo (marinheira de primeira viagem) eu finalmente peguei o avião com destino Dublin.
No dia 17 de fevereiro eu olhei pela janela do avião vi uma gigantesca ilha iluminada, eu nunca vou esquecer essa visão, eu CONSEGUI “Ir para Irlanda”.
O Denner me recebeu no aeroporto, eu ainda meio desnorteada, foi a primeira pessoa que eu conheci na Irlanda. Vamos para a acomodação temporária… não tinha a menor idéia da onde eu iria ficar, com quantas pessoas eu iria morar, a única coisa que eu sabia era que eu consegui “Ir para irlanda”.
Pois bem, chegando na acomodação estava tendo uma social com muitas pessoas, todas com uma nacionalidade que eu desconhecia, então Denner diz “fica aí fazendo uma social com a galera, faz amizade”, ele achava mesmo que a louca do homeprazol ia ficar em uma casa com pessoas que não falam seu idioma tentando fazer amizade com um inglês medíocre? Só que não né…
Eu: “pra onde você vai Denner?”
Ele: “Aniversário de um amigo no Temple bar”.
Eu:”Vou junto com você, da tempo de tirar as malas do carro e colocar no quarto?”E foi assim minha primeira noite na Irlanda, eu fui para um aniversário de um brasileiro que eu nunca tinha visto na vida, ouvi um rock maravilhoso, conheci pessoas que convivem hoje comigo e voltei sozinha de taxi para a acomodação com um taxista indiano dando em cima de mim.
Então veio o primeiro dia de escola na Englishour, fiz o teste e fui para a sala do intermediário, e eu era a única brasileira da sala, uma tailandesa insistia em sentar do meu lado e ficar me fazendo perguntas sobre o Brasil, um professor insistia em ficar perguntando sobre minha vida, por que ninguém entendia que eu era a louca do homeprazol e me forçar a falar inglês era tortura?
Não era a Irlanda que só tinha brasileiro?
No terceiro dia eu consegui uma vaga fixa a 15 min a pé da minha escola, não era na Irlanda que eu não ia conseguir nem lugar para morar?
Uma amiga que está em Dublin a mais de 2 anos me disse uma frase que eu guardei comigo “Venha para a Irlanda com o coração aberto”.
Tudo deu certo! A escolha da agência, a moradia, esse país… é incrível como quando você abre seu coração as coisas simplesmente vão acontecendo e aí quando você vê já está na Irlanda a 2 meses e 11 dias, e nesse curto tempo eu já vivi história suficiente para contar o resto da minha vida.
Eu me sinto abençoada, por mais que a saudade machuque (e como machuca!), de uma certa maneira aqui eu me sinto em casa.
Dayane Gomes Figueiredos dos Santos
Mogi das Cruzes - SP
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